O GALO TRANSEXUAL
Por: Elisabete Morais
Já não muda! Para quem já foi Galo Negro musculado com crista hirto, ícone de masculinidade e rebeldia dos mais jovens acólitos, que em tempos não longínquo revelara ser um Galo inspirador e desafiante de tudo e todos, inclusive, capazes de alterar os maus e bons hábitos das cumplicidades internacionais, hoje, o galo está a mostrar o sexo: É transsexual não assumido. Mudam-se os tempos, mudaram-se as vontades. O Galo Negro, pimpão, vestido de democrata e precursor desta ideologia, regressa a Luanda com fato de corte Inglês e prega a democracia, tudo fez para ganhar por reconhecimento adquirido à perenidade do ideário democrático como atributo natural, tal e qual o menino ou menina que nasce do grau zero. Dizia o autoritário e chefe maior, a mentira corre depressa mas a verdade chega devagar e dura para sempre. Tem razão, afinal a verdade é teimosa.
Não muito tempo depois, cresceu e sem que soubesse da existência de câmaras ocultas, realizou Um Congresso, Dois Congressos e no Terceiro ficou nu. O Galo afinal é transsexual. Visto de trás é democrata, de frente parece pluralista, mas de perfil, nem é uma coisa, nem outra, é tudo e nada. É uma fantasia! Uma falsa realidade, incapaz de ocultar as suas debilidades internas e a sua monstruosidade.
O Galo que já foi maoísta, depois evoluíra para o apartheid, mais tarde centrista, agora é liberalista enviusado à esquerda em Angola e à direita na Europa, continua igual a si mesmo, um transformista incompleto porque não consegue assumir o que realmente é: um partido/movimento com uma cultura organizacional divisionista, tribalista, racista e campesina.
O galo tem um passivo e pode adquirir importância e relevo em Angola multicultural, pluralista e urbana. Basta para isso, assumir a sua história, a sua responsabilidade na destruição do País, a sua incapacidade de lidar com as pessoas que discordam dos métodos de vitimização como estratégia de conquista do poder. O galo pode até ser transsexual, mas há-de ter a coragem de assumir a sua real identidade. Não pode continuar “ad eternum” – nem peixe, nem carne.
Os angolanos sabem perdoar. Os galos e galinhas também. Mas convocar um Congresso, Criar um slogan “UNIR ANGOLA PARA A MUDANÇA” quando nem a capoeira consegue unificar, pacificar e fortalecer, é no mínimo brincadeira de mau gosto.
Mas há mais, estamos a cerca de 20 dias da realização da Assembleia Magna e nem uma única notícia acerca dos candidatos, dos bastidores, das acções de mobilização e dos programas e ideias dos candidatos à liderança do Galo Negro, são divulgadas no seu portal oficial, na sua rádio oficial e no seu jornal oficial, porque se dissesse nos do Estado, a resposta seria a mesma de costume.
Como podem esperar que os angolanos acreditem que alguma vez o Galo Negro tenha sido (ou é) realmente um negro musculado, viril e hirto, com ideias e projectos para o PAÍS?